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Feminismo Negro

Publicado: Segunda, 11 de Mai de 2020, 15h16 | Última atualização em Sexta, 22 de Mai de 2020, 19h03

Neges realiza live  “Feminismo Negro: da compreensão à ação”

Palestra neges3Mestra em Educação e autora do livro “Outra educação é possível: feminismo, antirracismo e inclusão em sala de aula”, a professora Luana Tolentino foi a convidada do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Gênero, Educação e Sexualidade (NEGES) e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) para falar sobre o tema feminismo negro em uma live no dia 15 de maio.

A professora falou sobre as desigualdades e injustiças sociais que se tornaram evidentes e até vergonhosas nesse período de isolamento social e pandemia e que recaem de forma pesada sobre os ombros das mulheres negras que trabalham como empregadas domésticas. “Não adianta falar que sou feminista se nesse período eu continuo expondo a pessoa que limpa minha casa ao coronavírus. Não há nenhuma profissão nesse país que se aproxime mais do nosso passado escravocrata que o trabalho doméstico e que as pessoas não querem abrir mão”.

Luana lembrou da luta das mulheres negras, quatro décadas atrás e que surgiu porque essas mulheres não encontravam espaço, não tinham as suas demandas atendidas no feminismo hegemônico (branco), formado, sobretudo, por mulheres de classe média, escolarizadas. No final dos a nos 70 as mulheres negras se viam diante da seguinte encruzilhada: enfrentar o machismo do movimento negro dos homens ou ter a voz silenciada, omitida e as reivindicações apagadas nesse feminismo hegemônico. Da necessidade desses espaço, nos anos 80 começam a surgir os grupos de mulheres negras e, consequentemente as ONGs para pressionar e exigir do Poder Público a elaboração de políticas públicas com recorte racial.

Durante a live, Luana também citou números sobre a violência que a mulher negra ainda sofre. “62% das mulheres encarceradas são negras. Das mulheres que são vitimadas pela mortalidade materna, 60% são negras (tem mais dificuldade de acessar as consultas médicas, fazer pré-natal e são as maiores vítimas da violência obstetrícia). Pensando na educação, o número de mulheres analfabetas negras é o dobro das brancas que não foram alfabetizadas. 58% das mulheres assassinadas são negras. São as mães negras que experimentam a dor genocídio, a cada 23 minutos um jovem negro é morto nesse país. Essa é a realidade das mulheres negras desse país”.

A mestra falou da importância da sociedade assumir o compromisso de defender a educação pública. “As jovens hoje tem a oportunidade de refletir mais sobre o feminismo negro em razão da internet e das redes sociais usadas por muitas feministas pra falar sobre esse tema. Essas mulheres são filhas das políticas de expansão das universidades, das políticas de cotas. Todos nós temos que assumir o compromisso de defender a educação pública porque ela representa a possibilidade de diminuição das desigualdades sociorraciais que marcam o nosso país”.

E para mudar toda essa realidade, Luana disse que o primeiro passo é reconhecer e se incomodar com a situação dessas mulheres. “Precisamos fazer uma reforma nessa mentalidade, nas nossas ações. Vamos continuar contribuindo para a opressão que recai sobre os ombros das mulheres negras ou vamos ser agentes de transformação”?

A palestra da professora Luana Tolentino pode ser vista através no canal do NEGES através do link: https://youtu.be/rpxudrFvXT0 

Assessoria de Comunicação
IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre

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