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Consciência Negra

Publicado: Terça, 05 de Novembro de 2024, 14h21 | Última atualização em Terça, 05 de Novembro de 2024, 14h39

Teatro, troca de experiências e música marcam o início das comemorações do mês da Consciência Negra

66b0321c e49f 4b47 ae6b c156cc60e038Com uma mensagem de empoderamento da pessoa negra, a peça teatral ‘O pequeno príncipe preto’ abriu as comemorações da Semana da Consciência Negra, no IFSULDEMINAS - Campus Pouso Alegre. O texto é uma releitura do clássico ‘O Pequeno Príncipe’, escrito pelo francês Antoine de Saint-Exupéry, nos anos 40, durante a 2ª Guerra Mundial, que tinha como protagonista um menino branco, loiro e de olhos azuis. Escrito por Rodrigo França, o texto foi adaptado para o teatro pelo aluno Arthur Félix, integrante do grupo do Cia dos Péssimos. Nesta releitura, o público conhece a história de uma criança preta que tem como coroa, o seu cabelo, símbolo de toda uma ancestralidade.

“Quando se coloca um príncipe preto, você coloca a possibilidade de que esses meninos e meninas negras possam sonhar em ser príncipes, ressaltando a sua ancestralidade, já que seus antepassados foram reis na África. Por muito tempo, a mídia e a arte renegaram os negros à condição de escravizados, a partir da arte você consegue colocar essa consciência crítica e política de luta, a libertação de um pensamento que está posto há muito tempo, ou seja, o empoderamento. A coroa é o poder, o cabelo é o poder, a cor da pele em todos os seus tons e matizes é o poder”, disse o professor de artes do Campus, Emerson Simões.

Lançado em 2020, o livro ‘O pequeno príncipe preto’, retrata um mundo cheio de possibilidades, afeto, respeito e auto-estima. O texto retoma a ancestralidade do povo africano, e página por página, mostra a importância da construção do amor próprio, principalmente para as crianças negras, deixando a mensagem de que elas são capazes e fortes o suficiente para enfrentar qualquer coisa. Para Júlia, que interpretou o personagem principal, o papel foi uma experiência marcante na sua vida. “Para mim e para muitos, a principal mensagem da peça é que o mundo precisa de mais Ubuntu que é a empatia, o cuidar do próximo, valorizar a coletividade. É compreender que não existe o eu sem o nós. Que somos moldados pela comunidade e pelas pessoas ao nosso redor. Com a peça pude aprender mais sobre as raízes africanas que vai ser muito importante na minha vida como pessoa”.

Júlia ainda ressaltou a importância da mensagem que o texto traz para que as pessoas negras se identifiquem e entendam que, independente do que as pessoas falem sobre o cabelo, a cor da pele, as características que fazem ela ser ela mesmas, elas continuam sendo elas mesmas. “Principalmente para as crianças porque elas crescem com uma visão de que a cor delas é errada, de que o cabelo crespo é feio. É importante a gente mudar essa visão”.

Além de todo o empoderamento que a peça traz, no mês da consciência negra, O pequeno príncipe preto também traz uma visão renovada sobre as heranças africanas, reforçando o valor cultural e histórico no Brasil, uma lição que ficou registrado para Manu Di Benedetto, que estava na plateia. “A mensagem é muito interessante, de uma aceitação das pessoas pretas, traz uma questão de uma ancestralidade e religiões de matriz africana”.

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No segundo dia de atividades do mês da Consciência Negra, o Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas, do Campus Pouso Alegre, também reuniu integrantes de Neabis de outros IFs para uma palestra com alunos e servidores.

Para José Francisco Ferreira, do Neabi do IF São Paulo, Campus São Paulo, o contato com a juventude, num momento de fala sobre racismo, é muito importante e faz toda a diferença para o público que já frequenta a instituição e aquele que venha por meio das cotas, através das ações afirmativas.
“Cada relato é uma forma de libertação desse racismo que está dentro da gente. Quando você fala o que ocorreu com você, você está se livrando de um mal”.

No Neabi desde 2018 ele reforçou a necessidade de um calendário afirmativo para discutir o racismo. “A desigualdade é muito grande e isso não vai se resolver em novembro, vai se resolver com uma discussão permanente”.

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Para fechar as atividades no período da manhã, os alunos tiveram a oportunidade de rever o talento do grupo AfroIF, do IF São Paulo – Campus Hortolândia”.

Kaila, uma das integrantes do grupo, falou da experiência de levar o ritmo, as letras e canções para outros públicos. “Muitas vezes não conseguimos perceber a nossa parte africana. Temos muitas culturas misturadas e é bom a gente saber valorizar cada uma delas”.

O grupo ainda participou de uma oficina de percurssão com os integrantes do grupo Musicalidades.

Programação

As atividades do mês da Consciência Negra não terminaram. Ainda tem roda de conversa, palestra e viagem.

05 de Novembro - 19h às 20h

- Roda de conversa entre alunos das Licenciaturas, Neabi IFSP e UNEGRO

13 de Novembro - 13h20

- Palestra "Racismo Estrutural"

20 de Novembro

- Viagem para a IV Expo Internacional Da Consciência Negra

 

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