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Falar salva vidas

Publicado: Quinta, 27 de Setembro de 2018, 13h17 | Última atualização em Quinta, 27 de Setembro de 2018, 13h28

Comissão de Qualidade de Vida promove roda de conversa com os servidores com o tema suicídio

roda conversa suicidio 2Dentro das atividades do Setembro Amarelo, mês escolhido para o combate ao suicídio, o psicólogo do IFSULDEMINAS, Túlio Trevisan participou de uma de roda de conversa com os servidores do Campus Pouso Alegre no dia 26 de setembro.

O suicídio é um problema grave de saúde pública. Entre as pessoas de 15 a 35 anos é a terceira causa de morte. O problema pode ser prevenido em 90% dos casos. “A prevenção é relativamente simples, não requer muitos recursos ou aparelhagem. Requer apenas que a pessoa possa falar e que exista alguém para ouvi-la. Aí entra a nossa participação na prevenção. Que a gente esteja disponível para a pessoa que está em sofrimento para  orientá-la a procurar ajuda profissional”, explicou o psicólogo.

Segundo Túlio, quando uma pessoa está pensando em tirar a própria vida, ela costuma dar sinais de alerta de que não está bem. Ela começa a se preocupar muito com a morte, resolver pendências, distribuir os objetos pessoais, abrir conta conjunta com alguém para não deixar a família desamparada, fazer um testamento. A pessoa também começa a se isolar e vai deixando as atividades do dia a dia, primeiro as coisas que ela gostava e depois as que faz por obrigação. “Isso vem acompanhado de uma perspectiva muito pessimista do futuro, ela está num sofrimento que ela acredita que não terá fim. E isso vai aparecer também em frases que ele dirá, algumas vezes de forma séria ou com humor, mas que revelam o desejo de morrer. É um mito achar que as pessoas que pensam em suicídio não avisam. O suicídio nunca é aleatório”.

No Brasil, estima-se que 32 pessoas morrem por suicídio a cada dia. As taxas de suicídio no Brasil cresceram 21% em 20 anos, o que o coloca entre os 10 roda conversa suicidio 1países com os maiores números absolutos de morte por suicídio no mundo. Estima-se que em 60% dos casos  a pessoa nunca procurou ajuda. “O que podemos fazer de forma ampla para prevenir é promover atividades que vão fazer bem para a saúde mental. Mas para a pessoa que já está em sofrimento é preciso que ela encontre um espaço para poder falar, para poder lidar com aquele problema”, disse.

Outro ponto importante destacado pelo psicólogo para combater o suicídio é que a pessoa procure se cuidar, tenha uma autoestima elevada, boa relação com a família e com os colegas, satisfação com o trabalho, cultive a espiritualidade independe da religião. E quando esses campos não vão bem, é necessário que se tenha uma boa capacidade de enfrentamento, de resolver problemas, de lidar com imprevistos. “Se eu estou passando por um problema em casa, eu conseguir manter a minha satisfação no trabalho, ter outros espaços, não deixar que um problema tome conta da nossa vida inteira. Quanto mais pontos de apoio eu tenho, menor a chance de eu adoecer”.

É preciso, segundo Túlio, ter equilíbrio, procurar e cultivar as coisas que nos fazem bem. “Mas se em algum momento esses problemas se tornam maior que a minha capacidade de resolver sozinho, eu preciso lembrar que não tenho que dar conta sozinho, procurar ajuda que seja inicialmente de um colega ou da família e profissional para que eu possa falar e aprender a lidar com essa situação que está me fazendo sofrer”.

Ascom/ Campus Pouso Alegre
27/09/2018

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