Manas ao trabalho
Curso de capacitação de mulheres na construção civil segue com aulas remotas
O curso “Manas ao Trabalho” não parou com as atividades. Nesse período de isolamento social, as participantes recebem os exercícios por meio de aplicativos e tiram as dúvidas nas aulas remotas. Além das aulas teóricas, a parte humanizada do curso também segue a todo vapor com palestras ministradas por profissionais convidadas pelo projeto.
Recentemente elas puderam falar sobre suas histórias em um bate-papo com a advogada e professora de Direito, Nívea Andreza de Oliveira Costa. “Atender mulheres em situação de vulnerabilidade social exige um olhar atento também à sensibilidade, autoestima e confiança dessas mulheres. O contato então teve que ser delicado, como um convite a reflexão crítica sobre liberdade e autonomia nos pequenos gestos do cotidiano até a capacitação profissional de cada uma delas. E acompanhar a transformação de cada mulher, observar seu crescimento pessoal, seu empoderamento é pessoalmente gratificante”.
Outra tema abordado através de palestra virtual foi a alimentação. “A proposta da aula foi abordar sobre a alimentação adequada e saudável que muita gente acha que é mais cara, de difícil acesso e distante da nossa cultura alimentar. O que eu trouxe para elas é o simples, os alimentos in natura, com o mínimo de processamento possível que devem ser a base da nossa alimentação”, explicou a nutricionista, Patricia Costa Fonseca.
Vinte mulheres participam do curso que começou no dia 07 de março de 2020 e tem previsão de término no mês de julho. O projeto de extensão oferecido pelo IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre tem como objetivo capacitar mulheres não apenas para a construção civil, com aulas sobre pintura, pequenos reparos hidráulicos, paisagismo e manutenção de jardins. O curso, dividido em seis módulos, também oferece às participantes noções de empreendedorismo e tópicos humanizados, com assuntos relacionados à violência doméstica e saúde da mulher.
“Esse curso vem possibilitar a capacitação dessas mulheres para inserção nesse mundo que antes era predominantemente masculino, mas que elas tem tanta capacidade quanto os homens. Vem impactar diretamente as famílias das participantes, uma vez que aprendido todo esse conhecimento técnico elas podem se colocar como peça fundamental da melhoria da habitação e com isso ela ganha o reconhecimento do seu grupo e da comunidade”, explicou o arquiteto e coordenador do projeto, Gustavo Reis Machado.
Entre as participantes está Miriam Aparecida Ferreira, do lar. “Eu estou construindo e esse curso me ajudou muito nessa área porque agora eu sei a medição, como fazer uma instalação hidráulica ou elétrica e o curso nos dá independência para que possamos fazer sem precisar de terceiros”.
Para Mirian Krema da Encarnação, do lar, o curso a ajudou a aprimorar o que ela já sabia e ela já tem planos. “Chegamos a pensar, minha mãe, minha irmã e eu em abrir uma empresa de consertos feitos de mulheres para mulheres. Hoje esses consertos são feitos, em sua maioria, por homens e, geralmente, a mulher está sempre sozinha em casa, então ela não se sente confortável em colocar um homem dentro de casa. Quem sabe ao terminar o curso eu tenho condições de abrir essa empresa”.
Filha de pai pedreiro e companheira de um trabalhador da construção civil, Andreia Gomes da Silva, operadora de caixa, viu no curso um grande propósito para sua vida. “Um ramo de trabalho em que eu posso progredir, talvez com a abertura de uma pequena empresa. Aprender sobre acabamento no Manas ao Trabalho tem sido muito bom porque é uma parte da construção civil que acredito que necessita de um toque feminino. Não me sinto discriminada, pelo contrário, me sinto empoderada. Sou tão competente quanto os homens e estou aí para entrar na área, para competir”.
Assessoria de Comunicação
IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre