Prêmio Destaque
Trabalho de aluna de Licenciatura do Campus Pouso Alegre é destaque em ensino de Química em Minas Gerais
A aluna Lara Betsa Costa, 6 ° período do Curso de Licenciatura em Química, conquistou o prêmio de destaque em ensino de Química no Estado de Minas Gerais, durante o 33° Encontro Regional da Sociedade Brasileira em Química, realizado entre os dias 22 e 24 de novembro, na Universidade de Uberaba/MG. Lara é a primeira aluna do IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre a conquistar um prêmio na área.
O trabalho “O ensino de eletronegatividade e raio atômico para alunos surdos” trouxe a proposta de um material didático onde a aluna utilizou isopor, biscuit e ímãs para associar a diferença de eletronegatividade com a força de atração dos ímãs de neodímio. “Como eletronegatividade é uma palavra que não existe no sinalário de libras, os surdos não conhecem. O intérprete teria que soletrar essa palavra, o que não faria nenhum sentido para eles”, explicou Lara.
Segundo a licencianda, o material foi testado e aprovado pela turma de alunos da escola onde faz estágio. “Foi perceptível, nas turmas que o modelo foi aplicado, como eles entenderam melhor o conceito de eletronegatividade e raio atômico e não apenas tentaram decorar uma ordem de tabela periódica”, disse.
O material foi desenvolvido a partir de uma proposta da disciplina de Didática, ministrada pelo professor Johnny Cesar dos Santos. Os alunos foram desafiados a desenvolverem uma aula inclusiva com uma metologia alternativa. “O produto que a Lara apresentou é, de fato, inclusivo. Não é algo que você coloca o surdo a parte para ensinar. É uma aula dada de forma comum e todos vão aprender de forma efetiva”.
Importância do prêmio
Para a orientadora do projeto, professora Elgte Elmin Borgs de Paula, o prêmio de melhor trabalho de ensino em química do Estado de Minas é um reconhecimento não apenas para a aluna agraciada, mas para os alunos do curso de Licenciatura em Química e para todo o Campus. "A pesquisa na área de Ensino de Química aqui no nosso Campus se iniciou há pouco mais de um ano e este importante prêmio, em tão pouco tempo, é um indicativo de que estamos no caminho certo. Este reconhecimento enaltece o potencial que temos, tanto de docentes como de discentes, para seguirmos nessa linha de pesquisa, a qual é de extrema relevância para o curso de Licenciatura em Química, integrando pesquisa e ensino em trabalhos de qualidade como o da Lara".
“O que vejo de extrema relevância nesse trabalho da Lara é que se o professor de um aluno surdo planejar as suas aulas vendo que ele precisa incluir esse aluno, ele vai pensar em algo. Muitas vezes o aluno surdo não tem o contato direto com o professor que parte do princípio que o intérprete vai dar conta disso. O material que a Lara desenvolveu mostra que o professor com o material certo, ainda que não saiba libras, vai conseguir dar a aula diretamente para um aluno surdo e o intérprete vai servir somente como suporte linguístico”, disse o professor Johnny que já atuou como intérprete de Libras.
Para a licencianda que já havia participado de outras edições do Congresso como ouvinte, participar expondo um trabalho foi muito rico e possibilitou novas ideias. Ela conta que já estava feliz por ter sido convidada pela organização do evento para participar das sessões coordenadas que são reservadas apenas aos trabalhos de grande relevância para área. Com o prêmio, ela já pensa nas próximas conquistas. “Agora vamos escrever um artigo sobre esse trabalho para publicar em revista e dar continuidade com a aplicação em mais escolas, para mais alunos surdos e, quem sabe, para uma escola bilíngue. Quero que mais pessoas surdas conheçam o modelo para melhorar e dar continuidade no processo de patente”.
Assessoria de Comunicação
IFSULDEMINAS – Campus Pouso Alegre